Pitiríase Versicolor
“Micose de praia” ou ainda “pano branco”
Também vulgarmente conhecida como “micose de praia” ou “pano branco”, a Pitiríase versicolor é uma micose mas, ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou piscina. O fungo causador da doença habita a pele de todas as pessoas e, em algumas delas, é capaz de se desenvolver provocando as manchas.
Existe em todo o mundo. É muito comum, afetando até 40% da população dos países nos trópicos, mas também é comum nas áreas temperadas. Afeta ambos os sexos e em todas as raças, e apresenta distribuição variável segundo a faixa etária, verificando-se a maioria dos casos em adultos jovens. É importante lembrar que não é contagiosa e que hábitos de higiene precários não representam fator desencadeante dessa infecção.
Muitas vezes, a doença é percebida poucos dias após a exposição da pele ao sol, porque nas áreas da pele afetadas pela micose, a pele não se bronzeia. Com o bronzeamento da pele ao redor, ficam perceptíveis as áreas mais claras onde está a doença e a pessoa acha que pegou a micose na praia ou piscina.
Entretanto, o sol apenas mostrou onde estava a micose. Vem daí o nome “micose de praia”.
Por sua característica lipofílica ou seja o fungo tem uma predileção por gorduras, sebos , áreas oleosas, a Malassezia, vai fixar-se em locais com maior secreção de gorduras, como tronco, pescoço, couro cabeludo, rosto e conduto auditivo externo. Manifesta-se principalmente no verão e primavera, atingindo principalmente os jovens adultos de pele oleosa.
As lesões são discretamente descamativas de dimensões variáveis, nem sempre perceptíveis, mas que podem aumentar e tendem a coalescer. A cor da lesão na pele pode variar de hipopigmentação (manchas brancas ou mais claras do que a pele normal) nas pessoas de pele mais escura ou mesmo hiperpigmentação (manchas mais escuras) nas de pele mais clara. Os pacientes, em geral, podem notar a presença das lesões no verão, pois elas não bronzeiam, formando pontos com vários tamanhos e coloração diferente do resto do corpo.
A doença se manifesta então formando manchas claras, acastanhadas ou avermelhadas (por isso o nome versicolor = muitas cores) que se iniciam pequenas e podem se unir formando manchas maiores. Isso se deve ao fato do fungo formar uma barreira contra a ação do sol, diminuindo a produção de melanina.
As lesões são recobertas por fina descamação que, às vezes, só é percebida quando se estica a pele (este é um sinal característico na dermatologia para identificação de micoses superficiais e chama-se sinal de Zileri). Geralmente, a Pitiríase versicolor é assintomática, mas alguns pacientes podem apresentar coceira.
Tratamento
A Pitiríase versicolor é uma micose que responde bem ao tratamento, que pode ser feito com medicamentos de uso via oral (comprimidos) ou local (sabonetes, xampus, locões, sprays ou cremes), dependendo do grau de comprometimento da pele.
Devido a ser causada por um fungo que habita normalmente a pele, é possível a micose voltar a aparecer, mesmo após um tratamento bem sucedido.
O tratamento apresentou mudanças cronológicas, ocorrendo substituição gradativa de antifúngicos tópicos por sistêmicos, por três razões.
A adesão do paciente é inadequada às medicações tópicas pelo tempo de uso necessário, dificuldade de aplicação em áreas extensas e odor desagradável de certos agentes.
A eficácia dos agentes tópicos é menor, e a taxa de recorrência varia de 60 a 80%.
O surgimento de antifúngicos sistêmicos com menor índice de eventos adversos.
Trata-se de doença prevalente nos trópicos, mas também comum em climas temperados. Há vários tratamentos disponíveis com taxas elevadas de cura, porém as recorrências são frequentes. E m algumas pessoas, a Pitiríase versicolor pode ocorrer de forma recidivante, voltando a crescer logo após o tratamento.
Estes casos exigem cuidados especiais para a prevenção do retorno da doença, cuja orientação deve ser dada pelo médico.