Como combinado, no período do verão, falaremos sobre doenças que são mais freqüentes nesta época e iniciaremos falando sobre o herpes labial.
O herpes labial é causado por um vírus (em geral o HSV-1) e é transmitida pelo contato direto com os ferimentos de uma pessoa ou através do contato com a saliva. O vírus HSV-1 pode ocasionalmente causar infecções genitais, infecções oculares, hepatite, infecções do trato respiratório, síndromes nervosas e esofagites, são casos raros, mas com um alto risco de complicações.
Doenças da pele devido à infecção com o vírus do herpes simplex (HSV) tipo 1 ou 2 podem afetar qualquer lugar da pele, embora o HSV tipo 1 é considerado a pele e mucosa oral , e HSV tipo 2 é um vírus mais freqüentes em herpes simplex genital. As lesões típicas são caracterizadas por vesículas em fundo eritematoso (avermelhado).
A maior taxa de infecções por HSV é na primeira infância, sendo a primeira infecção freqüentemente inaparente. A transmissão ocorre de pessoas a pessoa atravez do contato direto, ou atravéz de fomites (utensilios domesticos, por gotículas de saliva, por meio de objetos infectados, como lâminas de barbear, toalhas, pratos, etc.). O vírus do herpes também pode ainda infectar o feto durante a gestação ou momento do parto e causar anomalias congênitas.
O contato com o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma latente, até que venha a ser reativado.
A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica. Abaixo seguem alguns exemplos de condições que propiciam a reativação do Herpes e a manifestação da doença:
Os raios do sol, principalmente os UVB, mas também os raios UV artificiais (câmaras de bronzeamento artificial). O sol seria responsável por 25% das recorrências de herpes labial. Por isso é uma doença muito freqüente no verão.
– Doenças infecciosas com gripe, resfriados;
– A febre (muitas vezes ocasionada devido a uma fragilização do sistema imunológico);
– Problemas psíquicos ou nervosos como, por exemplo, o estresse (sobrecarga de trabalho,…) ou uma sobrecarga de emoções.
– A fadiga; após uma decalagem de horário, Jet-lag após o retorno das férias,…
– O frio (temperaturas amenas);
– Ferimentos na boca (após exposição solar e surgimento de bolhas);
– Enfraquecimento do sistema imunológico, por exemplo, devido a uma grande fadiga ou a doenças do sistema imunológico (AIDS,…);
– A menstruação e a gravidez (virações hormonais em geral).
Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento.
Manifestações clínicas:
A manifestação da infestação do vírus herpes pode se dar de diversas maneiras e a gengivoestomatite herpética é a manifestação clínica mais comum da infecção primária por HSV em crianças e é geralmente devido ao HSV 1. A severidade dos sintomas em crianças saudáveis varia amplamente. Pequenas vesículas podem estar presentes no palato, gengiva, lábios e mucosa bucal. Muitas vezes há inchaço doloroso dos gânglios linfáticos regionais, bem como halitose e lesões periorais.
As localizações mais freqüentes são os lábios e a região genital, mas o herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se apresenta da seguinte forma:
– Inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões.
– A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada.
– As bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença.
– A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização.
– A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.
Tratamento:
Os seguintes cuidados devem ser tomados durante um surto de herpes:
– O tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas, assim o surto deverá ser de menor intensidade e duração;
– Evite furar as vesículas;
– Evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial;
– Evite relações sexuais se for de localização genital;
– Lave sempre bem as mãos após manipular as feridas, pois a virose pode ser transmitida para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as mucosas oculares, bucal e genital.
– Manter uma boa alimentação principalmente neste período
– Ingerir a quantidade de liquido diária recomendada e manter os lábios sempre hidratados e não se esquecer do uso do filtro de proteção solar.
O tratamento deve ser orientado pelo seu médico dermatologista. É ele quem pode determinar os medicamentos mais indicados para o seu caso que, dependendo da intensidade, podem ser de uso local (na forma de cremes ou soluções) ou de uso via oral, na forma de comprimidos.
Quando as recidivas do herpes forem muito freqüentes, a imunidade deve ser estimulada para combater o vírus. Os fenômenos desencadeantes devem ser evitados, procurando-se levar uma vida o mais saudável possível.
A eficácia das vacinas contra o herpes é muito discutida, mostrando bons resultados em alguns pacientes, mas nenhum resultado em outros.