Rosácea
Rosácea é uma afecção crônica da face caracterizada por eritema, edema telangiectasias e pápulas que podem ser acompanhadas por pústulas e nódulos. Não tem relação etiopatogênica com acne vulgar.
A doença pode ser confundida e coexistir com a acne e a dermatite seborreica. Pode afetar ambos os sexos, mas é três vezes mais comum em mulheres e manifesta-se principalmente entre os 30 e os 60 anos de idade.
Etiologia e Patogenia:
permanece desconhecida. Há na rosácea, alterações na reatividade vascular, no tecido conjuntivo e matriz, e no folículo pilossebáceo. Possível relação com o ácaro Demodexfolliculorum. Fatores desencadeantes são relacionados, tais como: calor, frio, exposição ao sol, bebidas quentes, vento, exercício físico, álcool, fatores emocionais, cosméticos, irritantes tópicos e medicamentos (bloqueadores dos canais de cálcio, niacina, morfina, drogas colinérgicas, tamoxifeno, ciproterona).
Classificação:
Existe mais de uma classificação na literatura.
Segundo Sampaio (2007), são 4 formas clínicas:
1- Rosácea Eritemato
Telangiectásica (Grau I); permanente com tendência para o rubor facial (por esforço físico e de natureza sentimental, como vergonha, raiva e pudor). É comum a presença de pequenos vasos sanguíneas visíveis na superfície da pele facial (telangiectasias) com possíveis sensações de queimação e coceira.
2- Pápulo-pustulosa (Grau II)
Alguma vermelhidão com bolhas vermelhas (pápulas) preenchidas por um pouco de pus (pústulas) (que tipicamente duram entre 1 a 4 dias); esse subtipo pode ser facilmente confundido com a acne.
3- Infiltrativa-nodular (Grau III)
Comumente associado com a rinofima. Os sintomas incluem o espessamento da pele, nódulos superficiais irregulares e aumento do nariz. Telangiectasias também podem estar presentes.
4- Fulminans (Grau IV)
salientando que em 50% dos doentes há comprometimento ocular, porem a forma ocular pode acometer qualquer grau de rosácea e por isso pode ser citada como uma variante clinica. Olhos e pálpebras avermelhados, irritados e secos. Inclui sensações de queimação e coceira nos olhos e pálpebras.
Portadores de rosácea frequentemente reportam períodos de depressão associadas aos desfiguramento estético causado pela doença. Contribuem para isso a sensação física de queimação e sentimento de perda de qualidade de vida.
Segundo Fitzpatrick (2008), as 4 formas são:
1- Eritemato-telangiectásico,
2- Pápulo-pustular,
3- Fimatosa
4- Ocular.
Diagnóstico:
Clínico.
Diagnóstico diferencial:
Acne vulgar, policitemia vera, lúpus eritematoso sistêmico, mastocitose, dermatomiosite, dermatite perioral, uso de corticoide tópico.
Histopatologia:
Varia de acordo com a forma clínica, há infiltrado linfohistiocitário inespecífico perivascular e capilares dilatados na derme na forma eritêmato-telangiectásica. Na forma pápulo-pustulosa, há infiltrado inflamatório com neutrófilos peri folicular. Na infiltrativa-nodular há aumento de glândulas sebáceas com dutos dilatados, contendo material queratinoso, vasos dilatados e infiltrado inflamatório crônico. Em 10% há infiltrado granulomatoso com células epitelioides e gigantócitos e aspecto tuberculoide.
Tratamento:
A rosácea é uma doença de curso crônico e não existe um tratamento que a elimine definitivamente, mas ela pode ser mantida sob controle. Medidas gerais devem ser adotadas, orientando o paciente para evitar os fatores desencadeantes ou agravantes. Foto protetores devem ser sempre indicados.
O tratamento medicamentoso pode ser tópico isolado ou associado ao sistêmico. No tratamento tópico, os mais usados são metronidazol 1% e ácido azeláico 15% (gel) ou 20% (loção). Outras opções são sulfacetamida 10%, enxofre 5%, peroxido de benzoíla (se o paciente tolerar) na forma pápulo-pustulosa, tacrolimus, pimecrolimus.
No rubor persistente é efetivo luz intensa pulsada.
O tratamento sistêmico de escolha é tetraciclina, em esquemas como 500mg duas vezes ao dia por 30 dias ou 250mg 2 vezes ao dia por 10 semanas. Outros antibióticos podem ser usados, da classe das tetraciclinas (minociclina, doxiciclina e limeciclina) e outros como eritromicina.
Raramente se usa isotretinoína, geralmente nos casos de difícil controle, com doses variadas e temporariamente, pois não apresenta cura definitiva como acontece na acne vulgar.