Doenças de Pele – Verão

Quando o verão chega, algumas doenças começam a aparecer mais frequentemente, seja porque as pessoas ficam mais tempo expostas ao sol, seja porque consomem alimentos que ficaram muito tempo fora da geladeira, o fato é que no verão existem alguns cuidados que devem ser tomados.

Não é de meu interesse discutir o tratamento neste artigo, porem é sempre bom lembrar de que a melhor maneira para se fazer um tratamento correto é consultar-se com o seu médico e evitar a automedicação.

Como o verão é a estação mais quente do ano, são comuns as idas a praia ou ao clube, o que faz com que as pessoas fiquem com a pele úmida por mais tempo, seja porque mergulharam em algum lugar, seja porque apenas estão transpirando mais que o normal. Esse excesso de umidade favorece o aparecimento das doenças de pele, que são causadas geralmente por fungos ou bactérias, a seguir está uma lista das mais comuns nessa estação:

Câncer de pele:

Uma das principais causas do câncer de pele é a exposição excessiva ao Sol. As pessoas mais afetadas por essa doença são aquelas com a pele muito clara e sensível. Para se prevenir basta não tomar sol nos horários em que ele está mais forte, das 10 horas da manhã até as 4 da tarde. Além disso, é importante passar sempre filtro solar, até mesmo no dia a dia, e evitar cigarro e exposição a substâncias químicas como arsênio e alcatrão. Os sinais mais comuns de que alguma coisa está errada são: mudanças na pele, como uma ferida que não sara ou uma pequena lesão endurecida, brilhante ou avermelhada e pintas, sinais e verrugas que crescem ou mudam de cor. Este assunto já foi abordado em outro artigo.

Miliária (“Brotoeja”):

As chamadas miliárias, bolinhas de água vermelhas acompanhadas de coceira, são erupções que aparecem principalmente em crianças nas regiões das dobras de pele, como o pescoço. Afeta principalmente as crianças, mas também pode atingir os adultos. Elas estão relacionadas à secreção das glândulas sudoríparas e aparecem por causa do excesso de calor e transpiração. Para se prevenir, evite sol e ambientes muito quentes, assim como roupas quentes e de lã e não dê banhos com água muito quente nas crianças.

O quadro está relacionado com o aumento do calor e da produção do suor que, extravasando dentro da pele, antes de atingir a superfície, provoca um processo inflamatório.

A localização mais comum é o tronco e a região cervical. As lesões geralmente são acompanhadas por coceira. Formam-se “bolinhas avermelhadas” ou vesículas (pequeninas bolhas) sobre pele avermelhada, podendo, em alguns casos, formar lesões mais exuberantes.

Devido à coceira, a pele pode apresentar sinais de escoriação e pequeninas crostas sobre as lesões, devido à ruptura das bolhas pela coçadura.

É comum a ocorrência de infecção secundária à doença, com o surgimento de pústulas (bolhas de pus) ou nódulos dolorosos.

Acne:

Durante o verão a oleosidade da pele aumenta o que favorece o surgimento de acne. Além disso, a exposição ao sol, em um primeiro momento, pode até melhorar o problema, porém, após alguns dias, há um aumento da produção sebácea o que piora a acne. Por isso, para quem sofre com esse problema o melhor mesmo é evitar se expor demais ao sol.

Candidíase

A candidíase aparece mais no verão, pois as pessoas costumam ir a praias e piscinas e não tiram o maiô, biquíni ou sunga molhados depois que voltam para casa. Isso facilita a proliferação de fungos, como o causador dessa doença, que se caracteriza pela formação de pequenos pontos vermelhos e coceira nos genitais e em mucosas, como o canto da boca.

Pano branco ou pitiríase versicolor:

Essa micose é muito comum em climas tropicais. O causador dela é o fungo Ptyrosporum ovale, que existe normalmente no meio ambiente, mas que só causará problemas de saúde se tiver condições adequadas para isso. O pano branco só aparece quando a pessoa está com baixa imunidade, e quando o fungo se encontra em um ambiente úmido e de bastante calor. Os sintomas são manchas brancas na pele, mas em alguns casos as manchas podem ser castanhas ou avermelhadas.

Impetigo:

Essa doença é causada pelo desequilibro da população de uma bactéria normalmente presente na pele, a Streptococcus pyogenes, e que pode ser deflagrada por mudanças no clima. Lesões na pele, como as causadas por picadas de insetos, são o local ideal para o desenvolvimento e ação dessa bactéria, que causa inflamação e forma uma crosta cor-de-mel na ferida.

Pé-de-atleta ou frieira:

Essa micose aparece entre os dedos e causa vermelhidão na pele dos pés. Ela é altamente contagiosa, mas geralmente as pessoas costumam contrair tal fungo por meio do próprio ambiente. Por isso é importante não andar descalço em vestiário de piscina, tocar em animais desconhecidos e usar calçados de outras pessoas. Além disso, tente sempre deixar o ambiente arejado, ande descalço dentro de casa e use sandálias abertas sempre que possível, use roupas de algodão que facilitam a transpiração e enxugue bem todas as “dobras” do corpo. Geralmente os sintomas são o embranquecimento da pele entre os dedos do pé e a descamação dela, que eventualmente se rompe em pequenas fissuras. Quando a micose não se encontra entre os dedos e sim na sola do pé, ela se caracteriza por uma leve irritação e então envolve toda a sola do pé.

Larva migrans (“Bicho Geográfico”):

Outra doença de pele que pode ser contraída nas praias é a larva migrans que é transmitida por larvas de parasitas presentes em fezes de cachorro. Por isso é proibido levar cachorros nas areias de praia. O parasita entra pela pele, principalmente pelos pés, e causa inflamação.

A larva migrans, conhecida vulgarmente como bicho geográfico, é uma doença causada por parasitas intestinais do cão e do gato. Ao defecar na terra ou areia, os ovos eliminados nas fezes transformam-se em larvas. Estas, penetram na pele do homem causando a doença.

Por estar em pele humana, a larva não consegue se aprofundar para atingir o intestino (o que ocorreria no cão e no gato), e caminha sob a pele formando um túnel tortuoso e avermelhado. Mais comum em crianças, as lesões são geralmente acompanhadas de muita coceira. Os locais mais comumente atingidos são os pés e as nádegas. Pode ocorrer como lesão única ou múltiplas lesões. Devido ao ato de coçar é

freqüente a infecção secundária das lesões.

Onicomicoses:

A doença que afeta as unhas mais freqüente durante o verão é a onicomicose. Doença provocada por fungos e também pelas leveduras. Ela começa na ponta da unha, deixando-a amarela, espessa e com uma aparência feia. Além disso, ela dói bastante e incomoda. Este assunto já foi discutido em outro artigo.

Tinea inguinal (“micose da virilha, jererê”):

A tinea inguinal (ou tinea crural), micose que atinge a região da virilha, é causada pelo crescimento, nesta região, de fungos do gênero dermatófitos ou pela levedura Candida albicans. A anatomia da virilha favorece o crescimento destes microorganismos, devido à escuridão, calor e umidade, características desta área do corpo.

Durante o verão, com o aumento do suor ou o uso de roupas de banho molhadas durante muito tempo, a umidade local aumenta ainda mais, o que torna este tipo de micose mais frequente nesta época do ano. A tinea inguinal é confundida com alergia ao tecido elástico das roupas de baixo ou de banho. Na verdade, o uso de tecidos sintéticos favorece o crescimento da micose por dificultar a evaporação do suor.

A doença se manifesta pela formação de manchas avermelhadas, úmidas ou descamativas, geralmente acompanhadas de muita coceira. Atingem a região da virilha, mas podem se alastrar até as nádegas e o abdomem.

Quando o fungo responsável é o dermatófito, as lesões apresentam bordas bem delimitadas, em geral descamativas, que vão crescendo de forma centrífuga.

Insolação:

A insolação acontece quando uma pessoa fica tempo demais exposta ao sol. Seus sintomas são intensa falta de ar, dor de cabeça, náuseas, tontura, temperatura do corpo elevada, pele quente, avermelhada e seca, extremidades arroxeadas e até mesmo inconsciência. Além disso, com ela também vem a desidratação e queimaduras que podem ser apenas pele vermelha até bolhas na pele. Para evitar que isso aconteça com você, evite tomar sol nos horários em que ele está mais forte e sempre use filtro solar.

Herpes (herpes simples, herpes labial):

O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex vírus. O contato com o vírus ocorre geralmente na infância, mas muitas vezes a doença não se manifesta nesta época. O vírus atravessa a pele e, percorrendo um nervo, se instala no organismo de forma latente, até que venha a ser reativado.

A reativação do vírus pode ocorrer devido a diversos fatores desencadeantes, tais como: exposição à luz solar intensa, fadiga física e mental, estresse emocional, febre ou outras infecções que diminuam a resistência orgânica.

Algumas pessoas têm maior possibilidade de apresentar os sintomas do herpes. Outras, mesmo em contato com o vírus, nunca apresentam a doença, pois sua imunidade não permite o seu desenvolvimento.

As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas o herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes se apresenta da seguinte forma:
Inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões.

A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê sobre área avermelhada e inchada.

As bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença.

A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização.

A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.

Fitofotomelanose:

A fitofotomelanose é uma manifestação alérgica causada pela exposição ao sol da pele que teve contato com plantas ou suco de algumas frutas, principalmente limão, laranja e tangerina. Outros produtos como perfumes e refrigerantes, também podem causar a reação, sendo neste caso uma fotomelanose.

A doença se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras nas áreas afetadas. O formato das manchas depende da exposição da pele às substâncias, sendo freqüente lesões pontilhadas causadas por respingos de limão espremido. As áreas mais comumente afetadas são o dorso das mãos, colo e os lábios.

Reações mais intensas, chamadas de fotodermatites, podem dar origem ao surgimento de manchas avermelhadas e até mesmo de bolhas, acompanhadas ou não de coceira, sensação de queimação e/ou ardência no local.

Como vimos, basta somente que cuidados sejam tomados para se evitar algumas das principais doenças de pele que nos acomete no verão. Devemos evitar a automedicação e o melhor remédio ainda é procurar o seu médico para que as dúvidas sejam sanadas e o tratamento correto seja imposto. Nos próximos artigos, falaremos destas doenças mais profundamente.

 

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